Hoje o mundo é delas! Nunca houve tanto mercado nem tantos
programas culturais (ou desculturais...) para crianças. Antigamente ficávamos felizes por
assistir desenhos animados... Concertos para crianças? Festivais? Músicas
para bebés eram aquelas que as avós nos cantavam. E não era por isso que
tínhamos uma infância pouco criativa!
Mas um adulto criativo é
resultado de uma vivência rica de experiências significativas que estimule o
sistema simbólico da criança para que a sua imaginação não tenha limites! De
amor e carinho também, é claro.
Não é preciso cansar a criança
com programas fantásticos, e caros! Muitas vezes as coisas mais simples podem
ser super divertidas e criativas. Mas diversão por si só não basta. Tem que
tocar a alma. E pode até ser que uma coisa ou outra nem seja assim tão
divertida. Mas, significativas são aquelas experiências que uma criança nunca se
esquece e faz parte da formação e do crescimento da sua identidade.
1. Programas artísticos
Muitas vezes pensamos que elas
vão achar uma grande chatice aquele concerto de música clássica, mas é
surpreendente como elas param e ouvem. Pode até parecer que estão a achar uma
seca, mas são experiências que ficam para sempre. Aquela exposição de arte
contemporânea complicadíssima ou aquele museu de obras antigas... Não subestime
os pequenos pensando que não vão aderir a esses programas. Eles se envolvem com
as imagens e com os ritmos. Percebem que o mundo é muito mais vasto do que as
imagens que veem na internet e na televisão. E acima de tudo ampliam a caixinha
da imaginação, que fica para vida toda. Imaginação, espontaneidade,
crescimento!
2. Ouvir vários tipos de música
Uma criança quando está a
crescer e descobre a música, não deixa de se envolver no pop, no que toca na
rádio, nos vídeos e na TV... É importante uma criança ter contacto com outras
formas musicais, de vários tipos, de várias épocas, para perceber, e sentir, o
poder expressivo da música, que é uma linguagem universal e que eleva a alma.
Isto proporciona uma abertura para várias culturas e vários estados de
espírito. Flexibilidade e ecletismo.
3. Conversar, conversar sobre
tudo
Na medida da compreensão da
criança, conversar sobre os assuntos gerais é fundamental. Sobre a atualidade,
os assuntos do jornal, os assuntos familiares, as questões da vida fora de
casa. Assim eles vão formando um senso crítico e analítico sem ficarem
formatados pelas opiniões prontas ouvidas pela mídia que nem sempre é
inteligente. Crescer com opinião própria sem ser produto do meio.
4. Contemplar a natureza
Isto não tem nada de
transcendental. Mas até pode ter se você quiser... mal não vai fazer. Mas
contemplar a natureza proporciona uma abertura a inúmeras possibilidades e uma
vivência riquíssima de observação, concentração, estímulo ao sistema sensorial,
pelos cheiros, temperaturas, sabores, sensações. O mar, a terra, o céu, os
passarinhos, os sons, as estrelas, as cores! Ser sensível à natureza é
encontrar o melhor de si mesmo e dos outros. Ser genuíno e generoso.