O grito - Edward Munch/1893
A arte em Arte-Terapia tem uma função desbloqueadora dos conteúdos
internos, favorecendo o contacto com os seus verdadeiros núcleos
psíquicos que, no início, podem apresentar-se limitados e impossibilitados de
crescimento pela utilização de defesas rígidas. O
medo de tocar em assuntos dolorosos de sua história de vida e de se revelar
imperfeito e incorreto, através da criação obtém um caminho confortável de
explorar esses aspectos. Porquê nem todas as criações têm que ser bonitas, tal como na arte em que muitos artistas representaram o feio, o absurdo, o "grito", os horrores de guerra...
A arte tem também uma função reveladora, através da qual existe a oportunidade
de deixar cair o véu que esconde as suas próprias verdades e proporcionar o
contacto com conteúdos internos adormecidos, recalcados, negados, distorcidos e
bloqueados. A arte relaciona-se com o criador como um espelho, pelo qual ele pode perceber
a imagem de si próprio e identificar objetos internos antes difusos e sem
sentido, ou características pessoais completamente desconhecidas. Assim, a
linguagem não-verbal da arte é um meio facilitador de evolução psíquica, um
identificador do caminho a percorrer, e mais do que uma simples lanterna
clareadora de veredas escondidas, é também um suporte, um apoio de segurança,
que então torna suportável percorrer tais caminhos.