terça-feira, 24 de janeiro de 2017

O Amor e a Arte

Porque trabalhamos com a Arte e com o Amor!



O Amor é fundamental para que se possa manter a relação psicoterapêutica, através de uma aceitação incondicional que possibilita com que se tente aceder aos núcleos saudáveis do paciente e facilite a expressão de conteúdos internos.

John Shlien, psicoterapeuta americano, diz que “a empatia é um possibilitador”. Isto é tal como a arte em psicoterapia, que é um mediador, um facilitador. E assim, uma outra possibilidade se proporciona: a arte pode ser um facilitador/possibilitador da empatia, através da imagem da relação triangular em arte-psicoterapia, segundo Ruy de Carvalho:




Kohut, na sua Psicologia do Self, sublinha a importância de se adquirir a capacidade de tornar empática a experiência interior do paciente, aceitando a realidade psíquica do paciente como válida. Não cabem confrontações ou chamadas à realidade nesta perspectiva. Confirma-se a percepção da realidade que é própria ao paciente (Bleichmar, p.350)

Concluo então com uma colocação do psicanalista Stefano Bolognini que diz que a empatia não vem apenas de uma atitude intuitiva, é estabelecida também através de uma reflexão contratransferencial dos sentimentos do psicoterapeuta.

Citado por Semer, Bolognini refere que “a contratransferência reconhecida e elaborada constitui caminho indispensável para sintonizarmos com o mundo interno do paciente e partilhar a qualidade e a intensidade das suas relações com os objetos internos.


Empatia não é um ato voluntário e intencional. Ele enfatiza que empatia é uma receptividade articulada e elaborada que permite integrar uma escuta benéfica da contratransferência, que protege o terapeuta de seus próprios aspetos narcísicos e onipotentes e que lhe permite um bom contato com seu mundo interno.

Vídeo de abertura do 17º Congresso Português de Arte-Terapia, 2016