O Amor é fundamental para
que se possa manter a relação psicoterapêutica, através de uma aceitação
incondicional que possibilita com que se tente aceder aos núcleos
saudáveis do paciente e facilite a expressão de conteúdos internos.
John Shlien, psicoterapeuta
americano, diz que “a empatia é um possibilitador”. Isto é tal como a arte em
psicoterapia, que é um mediador, um facilitador. E assim, uma outra
possibilidade se proporciona: a arte pode ser um facilitador/possibilitador da
empatia, através da imagem da relação triangular em arte-psicoterapia, segundo Ruy de Carvalho:
Kohut, na sua Psicologia do Self,
sublinha a importância de se adquirir a capacidade de tornar empática a experiência
interior do paciente, aceitando a realidade psíquica do paciente como válida. Não
cabem confrontações ou chamadas à realidade nesta perspectiva. Confirma-se a percepção da realidade que é própria ao
paciente (Bleichmar, p.350)
Concluo então com uma colocação
do psicanalista Stefano Bolognini que diz que a empatia não vem apenas de uma
atitude intuitiva, é estabelecida também através de uma reflexão contratransferencial
dos sentimentos do psicoterapeuta.
Citado por Semer, Bolognini refere
que “a contratransferência reconhecida e elaborada constitui caminho
indispensável para sintonizarmos com o mundo interno do paciente e partilhar a
qualidade e a intensidade das suas relações com os objetos internos.
Empatia não é um ato voluntário
e intencional. Ele enfatiza que empatia é uma receptividade articulada e
elaborada que permite integrar uma escuta benéfica da contratransferência, que
protege o terapeuta de seus próprios aspetos narcísicos e onipotentes e que lhe
permite um bom contato com seu mundo interno.
Vídeo de abertura do 17º Congresso Português de Arte-Terapia, 2016